Circo VAIKIVAI - Poema de Antonio Cabral Filho - RJ/Brasil

by Antonio Cabral Filho
11th May 2015

CIRCO VAIKIVAI - http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br/

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Hoje tem arrelia, tem sinsinhô (!),

e bastava o grito do Palhaço Tokitô

enchendo o povoado humilde

de Bom Jesus dos Perdidos,

que acabava com a rotina.

Era um tal de portas escancaradas

nas casas mais recatadas do lugar,

onde ninguém via sequer nesgas

da pele dos habitantes sisudos,

devido ao medo de forasteiros

e raptores de princesas suspirosas.

Nas cozinhas as panelas dormitavam

sobre mesas, fogões, pias e tanques

cobertas de moscas em festa

graças ao Palhaço Tokitô

sequestrando cozinheiras,

que fugiam de cabelos cobertos

até em panos de cozinhas.

Sequer sobrava um menino

pra ir ali na Venda do Quinquim

buscar dez-tão de fumo

pra mode vovô fazer um pito.

Hoje tem arrelia, tem sinsinhô(!!),

ecoava de canto a canto da Vila,

enquanto as moçoilas se pintavam,

se penteavam, se perfumavam

e, como raios, chispavam para o circo...

... mas foi o maior bué

quando a filha do delegado

fugiu com o atirador de facas.

**

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Comments

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Antonio Cabral Filho
11/05/2015